Resenha: Toda a Verdade, David Baldacci

Titulo original: The Whole Truth 
Editora: Arqueiro
Ano: 2011
Páginas: 304

Sinopse:

Shaw trabalha para uma agência secreta de inteligência e sua vida se resume a viajar pelo mundo à caça de bandidos perigosos. Abandonado ainda bebê, sem laços afetivos e nem mesmo um nome próprio, ele nunca se importou com o fato de não saber se chegaria vivo ao fim do dia. Até agora. Envolvido com a alemã Anna Fischer, especialista em assuntos internacionais que trabalha para o Phoenix Group, em Londres, tudo o que Shaw quer é deixar essa vida para trás e se estabelecer tranquilamente ao lado da mulher que ama. 

Mas seus planos estão prestes a ser frustrados. Ao ver seus lucros diminuírem a cada mês, Nicholas Creel, dono da maior fornecedora de armamento militar do mundo, decide que é hora de provocar uma guerra. Para isso, contrata um especialista em manipular fatos e "criar a verdade". Juntos, eles lançam uma campanha de difamação contra o governo russo, cujos efeitos são bombásticos. 


Quando todos os outros países já estão preocupados com a nova Ameaça Vermelha, um sangrento ataque ao prédio do Phoenix Group aumenta ainda mais a tensão mundial. Em meio a tudo isso, Katie James, uma jornalista premiada que caiu em desgraça por causa do alcoolismo, tem acesso ao único sobrevivente do Massacre de Londres que pode lhe dar o furo capaz de mudar sua vida. Enquanto as peças desse quebra-cabeça se juntam, Shaw parece ter pouco tempo para desarticular essa rede de intrigas e impedir que tenha início um conflito capaz de acabar com o mundo como o conhecemos.   


 Por que perder tempo descobrindo a verdade quando se pode facilmente criá-la?

 
O vídeo de Konstantin sendo torturado e morto pelo seu próprio país — a Rússia —, além de denunciar tantas outras atrocidades feitas pelo governo russo, viraliza na rede de Internet.
O Governo sem demora se posiciona negando todas as acusações, mas outras evidências surgem com o passar dos dias, como a morte de um ex agente da KGB.
Enquanto os russos, e o restante do mundo, estão assustados com a suposta dominação russa, ninguém imagina que por trás disso tudo há uma trama muito bem arquitetada por Nicolas Creel, bilionário e dono da Ares Corporation, a então maior empresa fornecedora de armas do mundo.
 

Quando Creel se depara com suas vendas despencando, ele decide que precisa de uma nova Guerra Fria, e assim, em sua visão distorcida, manteria a paz mundial e seus lucros. Para tal, ele contrata uma empresa Gestão de Percepção, empresas essas que, tecnicamente, criam uma verdade e a espalham ao mundo, fazendo todos acreditarem nela. Então, o vídeo de Konstantin nada mais é do que uma boa atuação, e a morte do ex agente da KGB… Bom, a morte é real, uma tática para dar mais veracidade aos "fatos".
 

Enquanto todo o mundo está acreditando na Ameaça Vermelha, uma pesquisadora desconfia de toda essa conspiração. Sempre um passo à frente, Creel toma ciência de tais desconfianças e, ao descobrir que a pesquisdora nada mais é que membro da Phoenix Group, um centro de Pesquisas com mentes brilhantes, e que a empresa pertence aos chineses, ele vê a oportunidade perfeita de dar início à sua tão ansiada nova Guerra Fria.                                                                                                       



— Não preciso da sua ajuda.
Katie se recostou e cruzou os braços. — Não? Está esquecendo de que há uma mulher maravilhosa completamente apaixonada por você, mas que ainda não entendeu se você é um príncipe encantado ou um psicopata?

Um massacre, então, é feito no prédio, matando 30 pessoas, passando a ser conhecido como o Massacre de Londres.
Nesse cenário está Katie James, uma jornalista que, por conta dos problemas com o álcool, tenta se reerguer profissionalmente. Ao se deparar com Aron Lenisk, um sobrevivente do Massacre de Londres, Katie tem em mãos a chance de retomar sua carreira e de ganhar um terceiro Pulitzer. A informação é bombástica: o massacre foi a mando do governo russo.

Enquanto tudo isso acontece, Shaw, um agente secreto, órfão desde os 2 anos idade, está cansado da vida de nunca saber se viverá até o próximo dia. Tudo o que ele quer é se aposentar e se casar com a mulher que tanto ama. Mas ele vê seus planos bruscamente mudados com o massacre em Londres. No local da chacina, fazendo sua investigação, um mero detalhe o faz perceber uma segunda fraude, assim como a do vídeo de Konstantin.




Alguns poderiam dizer que ele estava brincando de Deus. Bem, de certo modo estava. Mas mesmo um deus benévolo usava violência e destruição para atingir seus objetivos, Creel pretendia seguir esse modelo ao pé da letra. 

Shaw e Katie, então, têm suas vidas cruzadas e se juntam nessa jornada para impedir que um evento cataclísmico aconteça e mude o mundo como o conhecemos, enquanto Nicolas Creel fará de tudo para prosseguir com sua grande mentira e jamais permitir que a humanidade saiba de toda a verdade.

Neste livro, David Baldacci nos traz uma escrita prazerosa e ao mesmo tempo intrigante, com sua peculiaridade em deixar o suspense no ar ao final de cada capítulo. Esse é o tipo de livro que você quer saber o que acontece na página seguinte e não consegue parar de ler, além das surpresas que a história nos reserva e as emoções tensas e intensas que nos é proporcionado.

Com seus diálogos bem construídos, na maioria das vezes muito bem-humorados, arrancando risos de quem o lê, somado à tensão e suspense com o decorrer da história, recheando as páginas de perseguições, mortes, mistério, escapadas dignas dos filmes de Hollywood e reviravoltas inesperadas, faz de Toda a Verdade um livro imprescindível de se ter na prateleira e digno de ser indicado a todos os amigos. 
O livro ainda nos faz uma crítica e reflexão sobre a manipulação da mídia nos dias atuais. No que realmente devemos acreditar? A que ponto a mídia sensacionalista e interesses pessoais de pessoas de poder estão ligadas e vinculadas? Será que nós sabemos realmente toda a verdade?

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